sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A monarquia das Rosas- Capitulo 1- Parte 3

O Jogo do policial bonzinho e o malvado.

 Imagino agora um interrogatório, uma típica sala com uma mesa no centro e uma luminária, algemado na cadeira um homem baixinho e careca tremia, enquanto um oficial sentado na outra cadeira o observava, então o oficial aproximou o rosto na luz para que o réu visse seus olhos e o interrogou:
 -Vamos, quem esta por trás da morte do Sr. Thomas?
 -Eu já disse que não sei! – Gritou o interrogado tremulo.
 -Como não sabe? Você não viu o rosto do sujeito?
 -Vi... Mas não sei quem é.
 -Como alguém pode ser capaz de fazer um serviço desses para uma pessoa desconhecida?
 O homem ficou calado. David vendo que de nada lhe arrancaria, recolheu o corpo para trás e observou o interrogado, sem perspectivas, levantou-se e indo em direção a porta disse:
 -Pois então, se não quer falar por bem, terá de falar por mal.
 O homem provavelmente sentiu-se apavorado, observou David sair da sala; por um tempo escutou sussurros do lado de fora e depois imperou o silencio. A luz que a luminária emitia era fraca, o cenário tinha aspecto sombrio e agora o homem tremia mais do que antes. Então a porta se abriu e um homem alto e de aparecia rústica adentrou na sala.
 -Então... Você é o Sr. Edgar Mustaf Jr.? – Perguntou o oficial que acabara de entrar.
 O homem abaixou a cabeça e respondeu com voz baixa e rouca:
 -Sim.
 -Não ouvi direito. –Disse Nicolas olhando fixo para o interrogado.
 -Sim. –Disse o homem com o tom mais firme e alto.
 -E você esta sendo acusado pela morte de um dos maiores magnatas da cidade, certo?
 -Sim senhor.
 -E o senhor sabe que nós sabemos que você não fez isso sozinho. Pois é dedutível que o senhor não tenha a capacidade mental para arquitetar um crime tão intrigante. Afinal, por que alguém mataria o homem mais procurado da cidade?
 O oficial olhou para o homem e sentou-se na cadeira, provavelmente pegou a luminária e apontou para o rosto do interrogado. O homem estreitou os olhos e virou o rosto por causa da luminosidade.
 -Vamos, diga! Um nome!
 -Eu não sei, eu não sei! –Gritou o acusado por causa do calor e a luz em seus olhos.
 -Diga apenas um nome!
 -Eu já disse que não sei!
Nicolas aproximou a luminária no rosto do interrogado.
 -Um nome! Ele te deu um nome!
 -Aaah! Droga, isso dói demais! Por favor...
-Pare de chorar, se continuar resistindo irei queimar suas córneas!
 -Sr. Herry! – Disse o homem gaguejando.
 -O que? Eu não ouvi direto.
 -Sr. Herry, S. Herry...  Este é o nome que me deram!
 Nicolas abaixou a luminária, o homem estava suando e ainda de olhos fechados.
 -Todos o chamavam assim. – Completou o interrogado.
 -Chegou a ver o rosto dele?
 -Não... Usava uma mascara e uma capa preta, abaixou a janela do carro e entregou-me o envelope que descrevia os planos para o crime.
 -Ótimo. Espero nos vermos mais vezes Sr. Mustaf. – Deve ter dito Nicolas sorrindo. Então ele levantou-se e saiu da sala. Do lado de fora da sala David observava o interrogado por um vidro fume, sorrindo olhou para Nicolas e disse:
 -Eu jamais teria estomago para isso, você quase deixou aquele homem cego.
 -Eu tinha que arrancar alguma coisa dele, nem que fosse lhe a visão.
 -Sabe que pode ser expulso da corporação por isso?
 -Não se pegarmos o mandante do crime. – Sorriram os dois.
 -O que tem de bom para o fim de semana? –Deve ter perguntado Nicolas.
 -Brendan disse que estamos convidados para uma festinha particular de Charlie em sua mansão.
  -Pois bem, nós iremos.
 Esta é a cena da qual imagino ter ocorrido, se bem conheço esses dois velhos amigos. Era de costume fazerem esses joguinhos do policial bom e do policial mal, embora Nicolas não fosse mal de verdade, pois era um homem pacato e bem humorado, carrasco mesmo era David, mas a inversão de papéis em seus interrogatórios mostrava o quão eram eficientes esses dois agentes. Agentes? Não sei se assim posso chama-los, diria que eram detetives, investigavam crimes absurdos pela cidade, coisas inusitadas que envolviam um bom mistério. 
 Conheci estes dois na faculdade de Direito, diferente dos almofadinhas, como chamávamos a maioria da turma que eram filhos de homens de nome, nós tínhamos um fascínio por romances policiais; Sherlock Holmes não era nosso forte, mas gostávamos da ideia de que existia algum Doutor Moriarty pelo mundo a fora. 

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