terça-feira, 19 de março de 2024

O poço, o cigarro e a chuva.

 

Desequilibrado em uma corda sólida onde apenas meus pés bambeiam. 

Em constante queda, não livre, preso em uma corrente que não se arrebenta, de frustrações que não me seguram. 

Sinto a dor de cair no poço sem fim, sinto o chão e o vazio, o vácuo em um espaço completamente preenchido que me sobra aos montes, transbordando para dentro de mim. 

Não sei se vou sair, se quero sair, se devo ao menos tentar ou desistir completamente. 

No fundo, neste fundo, tenho a grande chance de quebrar, mas meus ossos são feitos de borracha, e posso tudo apagar. 

Não vou me apagar por completo, como você fez, pobre garoto da terra da chuva. 

Talvez eu seja o seu velho cigarro, queimando aos poucos, ao menos uma chama acesa a iluminar o escuro, enquanto sacio a vontade do trago vicioso. 

Mas, a fumaça pode me salvar, subindo aos céus como um sinal. 

Se o vapor fizer Chover, apago-me, caso contrário, Verão.  

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Cabo de guerra

Em juntos leitos, sem arejo; 

Determinei-me a guerra corda;

Puxando-a com força bruta; 

Desejando boas novas.

Arranjo um novo canto;

Buscando a quem me igualar;

Sem receio de que irão me derrotar.

Mas, é quando o tolo fraqueja;

Vendo os nós em laço forte, 

Que me puxam a má sorte;

Sinto a corda arrebentar.

Acorda pois, partiu;

Dividindo-me em três;

Antes da queda percebo;

Ainda lhes desejo arejados leitos;

Mesmo que o fraco seja Eu

e não Vocês.  

Vazio que ocupa

 Sinto tanto por nada sentir, é um vazio que preenche tudo, o culpa cada parte do meu ser, deixando assim um espaço vago.