sábado, 21 de julho de 2012

A monarquia das Rosas- Capitulo 1- Parte 1


 O vento gélido do outono soprava carregando consigo folhas alaranjadas e secas de um arvoredo. O clima calmo anunciava o fim de uma desventura; debaixo de uma imensa arvore, ainda rica em seus galhos com folhas verdes, estavam os dois rapazes ali contemplando o belíssimo local. Retirando o cigarro da boca e atirando-o no chão, um dos rapazes olhou para o nada e esfregando o cigarro com o sapato para apaga-lo disse:

- E agora? O que pretendes fazer? 
 O outro rapaz, que estava atrás olhando para a vegetação ao lado respondeu sem alterar a visão:
- Ainda não sei. Talvez eu volte para o Alabama, preciso de descanso.
- Mas pretende continuar o oficio? –Disse o jovem olhando para o cigarro amassado no chão.
- Sim. Não posso abandonar agora, receio que há mais coisas a descobrir.
- E em relação à família? Não pensa em constituir nenhuma?
- Acho que não, não posso me dar ao luxo. Nasci para ser sozinho. –Disse ele voltando-se para o rapaz a sua frente.
- É uma pena. Você jamais a esquecerá.
- Nem ela a mim meu caro, nem ela a mim. 
 O Jovem olhou para uma pétala de rosa que planava em sua direção, veio-lhe então arrebatar as lembranças que lhe formam na mente o obscuro devaneio.


Katari, Sherry e Mary.

 Fora numa manhã como esta, que conheci Katari. Uma jovem mulher de bochechas rosadas e um sorriso singelo em seu rosto, seus cabelos ruivos jogados para frente, escondiam sua face mostrando sua encantadora timidez. Seu olhar brilhava ao olhar para mim, as conversas que jogávamos eram bobas, mas com um requinte galanteador, daqueles que sempre fui acostumado a ter. Da roseira surgia Sherry, Sherry ó! Sherry. Linda tanto quanto a outra, porém menos tímida e mais segura de si, mostrava em suas curvas sua altivez de mulher que comanda, de mulher que não desatina de primeira instancia e que sabe bem o que quer; seus cabelos negros caídos no ombro, seus olhos dissimulados e sua boca carnuda com um toque suave de um batom vermelho, o Rímel destacava seus olhos, não eram azuis pois se não ela seria perfeita, mas sim castanhos e que se tornavam amarelados quando a luz do sol os reluzia. E onde estava eu mesmo? Ah sim! Cá estava eu olhando para uma enquanto a outra falava. 
 Quando olhei de volta a tímida garota me fitou com seus olhos verdes, não resisti a sua aproximação, sua boca me parecia ser o melhor contento naquele momento, imaginem só passar anos a admirar alguém que nunca lhe daria o que você precisava, Sherry era o que eu queria, mas não o que sempre precisei. E lá estava Katari, disposta a satisfazer todos os meus desejos platônicos, disposta a ser o que por hora Sherry jamais seria. Foi daí então que iniciei o meu romance, não me entreguei por metade, mas também, não por inteiro, e este era o problema; por mais que eu passasse horas e horas com Katari em algum momento do dia eu pensaria na outra... Isso me doía, dói não poder ser total e inteiramente de alguém que é inteiramente seu.
 Sherry e Mary ficaram rindo por detrás da cena por um instante enquanto eu beijava Katari como se estivesse em um filme Frances, era um beijo forte, ardente, apaixonante. Queria que Sherry sentisse inveja, inveja de estar perdendo tudo aquilo que eu estava dando para Katari, mas e ela ligou para isso? Que nada, acho até piegas aquilo tudo; disse-me Mary dias depois em uma festa na casa de Charlie, que aquilo foi algo muito clichê da minha parte;  ter dado um beijo feroz logo na primeira bocada. Mary é a melhor amiga de Sherry, as duas andam juntas desde que as conheço, dizem ter se conhecido na maternidade, e se consideravam irmãs siamesas. Mary é uma loira de feições meigas, qualquer idiota que tenha títulos honrosos e de boa patente pode ter uma noite com ela sem problemas; Mary embora seja uma boa pessoa, em matéria de relacionamentos é má, Mary papá diplomas, este era seu apelido na faculdade.  

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