segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Indiligência Arteficial

Sinto-me artificial por não ser o que são, fazer o que fazem, mostrar o que mostram.  Minha arte declina quando convém, e inteligência alguma consegue me arrancar as mazelas da ignorância e tirar-me da inércia. Não consegue gerar precisamente o que peço, porque não preciso de fato. Não consegue ser eu quando finjo, e nem tira de mim a árdua tarefa manual de viver. Então não me serve, não funciona como adereço e se peço endereço não consegue encontrar. Perco meus tokens, enquanto perco meus toques, moeda de troca. -É tempo poupado- eles dizem. Economia automatizada. Alto lá! Algo deu errado. Está tudo desconexo agora. Desvinculo meu reflexo deste obsidiano espelho.  Reconecto-me a maior inteligência, a Indulgência de criar aquilo que não se pode simular.