sexta-feira, 26 de abril de 2013

A chuva lá fora

Gotas de chuva escorrem pela janela
contemplo o mal tempo pensando nela.
sinto as gotas da saudade escorrerem pelo o meu rosto
sinto o frio gélido do sul estremecer o meu corpo
As gostas da chuva escorrem pela janela
o cheiro de terra molhada me remetem lembranças dela
lembranças que fazem chover aqui dentro agora
enquanto contemplo da janela
as minhas lagrimas chovendo lá fora.

domingo, 14 de abril de 2013

Eterno Clichê

Se você quiser poderemos passar as manhãs juntinhos, 
sairemos para lanchar em um parquinho; 
contemplaremos os cantos líricos dos passarinhos;
depois almoçaremos em um lugarzinho tranquilo; 
descansaremos vendo o pôr do sol 
e escutaremos chili Peppers como se fosse uma tarde de domingo. 
Ao anoitecer ficaríamos abraçadinhos 
comendo pipoca e chocolate, 
assistindo a um filme B. 
Se você aceitar, juntos tudo isso poderemos fazer.
Aceite, e diga apenas que a minha namorada você quer ser. 
E então este será o nosso eterno clichê. 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O diálogo entre o Sal e o Açúcar.


O diálogo entre o Sal e o Açúcar.

 O que o sal diria se um dia viesse a se esbarrar com o açúcar? Ou o que o açúcar falaria se caso se encontrasse com o sal? Era o que o sal e o açúcar pensavam. Eles passavam dias e dias se olhando através dos vidros dos seus frascos. Ficavam pensando como cada um deveria ser e como poderiam ser o que são. Por que o sal é salgado? Por que o açúcar é doce? Essas eram curiosidades que poderiam ser respondidas se um pudesse falar com o outro.
 Então, certo dia alguém deixou cair o saleiro e sucessivamente o açucareiro. A tampa dos dois recipientes se abriram e o sal e o açúcar puderam enfim se encontrar.Foi um momento chocante para os dois, pois, apesar de almejarem muito este dia, não lhes convinha a tal realidade. E lá estavam os dois, esparramados no chão da cozinha, um fitando o outro, sem pronunciarem nada. Depois de certo tempo, o sal pôs-se a falar:
 - Saia de cima de mim, açúcar. Desse jeito não poderão mais me recolher.
 - Talvez você pudesse se desmisturar também. Já que, uma parte de mim esta em cima de você e uma parte sua esta em cima de mim.
 - Não consigo. 
 - Pois então ficaremos misturados assim mesmo e quem vier nos salvar terá uma certa dificuldade para nos tirar daqui, embora eu seja mais denso e mais branco que você.
 - Como assim? -Perguntou o sal.
 - Digo que, sou mais claro e posso ser removido facilmente.
 - Isso não quer dizer que a pessoa irá lhe tirar primeiro.
 - Claro que sim, sou mais gostoso também. Todos me preferem, salvariam muito antes à mim do que você. -Disse o açúcar convicto.
 - Isto é uma injúria, pois saiba que eu componho a maioria dos alimentos que eles consomem. 
 - Isso não é nada, vendo que, eles gostam sempre mais de algo adocicado. 
 - Pensei que você fosse mais modesto do que isso. Sabia que você causa doenças a eles? -Disse o sal ofendido.
 - E você também. 
 - Mas eu posso ser usado em diversos casos como cura, já você não.
 - E como sabe que não? -Perguntou o açúcar intrigado.
 - Você causa cáries,apendicite e diversos tipos de câncer.  Já eu, posso ser usado como soro fisiológico e ajudar a combater a pressão baixa. 
 - Não seja tolo. Você causa pressão alta, hipertensão, catarata e até osteoporose. Já eu, posso auxiliar no combate a bactérias no organismo e controlar a taxa de glicose. - Retrucou o açúcar.
 - Você causa muitos malefícios. -Disse o sal severamente.
 - E você se acha o rei da benevolência. -Retrucou o açúcar injuriado.
 - Em pensar que eu queria dialogar com você. -Falou o sal.
 - Em pensar que eu poderia estabelecer um diálogo saudável com você. - Disse o açúcar.
 Assim, os dois voltaram a ficar em silêncio, e pensando como seria bom se não tivessem se conhecido. Por fim, os dois foram varridos e jogados no lixo. 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O que há depois do fim das histórias?


O que há depois do Fim da história?



 João sempre foi um menino inteligente, desde pequeno sempre quis saber o porquê das coisas, e ficava contente com uma simples resposta. Um dia, sua mãe leu para ele a história de Robin Hood e ao terminar João ficara intrigado.

- O que há depois do fim da história, mamãe? –Perguntou ele.

 Sua mãe não soube responder. Com o passar do tempo, ele começava a perguntar a mesma coisa no final das historinhas. Quando João aprendeu a ler, ele logo pôs-se a ler todos os livros possíveis afim de saber o que havia depois do Fim. Perguntava várias vezes para seus pais, avôs e tios. Sempre se intrigava com aqueles felizes para sempre dos contos de fadas.

- Felizes para sempre? Como assim alguém pode ser feliz para sempre? E quando eles se machucarem, não vão chorar? E se alguém os decepcionar? Não existe nada que estrague essa felicidade? Mesmo nos dias de chuva? Por que acabam assim as histórias? Por que não há nada depois do Fim?

 Todas essas suas perguntas lhe custavam caro, pois, já na adolescência ele vivia sendo expulso de sala de aula por sempre indagar para a sua professora de literatura, após o final de uma leitura, o que havia depois do fim das histórias.

 Frequentou diversas bibliotecas, leu dos mais variados livros, procurou nos mais diversos poemas, mas nenhum livro lhe explicava, nenhum poeta conseguia decifrar, pois até os poemas tinham fim. Mas o que lhe preocupava era o Fim das histórias.

 Fez faculdade de História para assim poder descobrir a resposta desta incrível incógnita. A história sempre lhe ensinou que tudo tem um começo, mas nunca um fim. Porém está e a ciência da história, e não as histórias em si. Ele queria saber o fim das histórias literárias. Ele imaginava que algum autor poderia um dia escrever uma história sem fim. História sem fim! Era o nome de um filme que havia estreado na época em que ele estava na faculdade, porém até este filme tinha fim. Procurou dentre os livros espíritas a resposta para essa sua pergunta, diziam que havia muita coisa após o fim, mas aquele era o fim da vida, e não era esse fim que ele queria saber.

 João indagou sobre o fim das histórias até se casar, após o casamento ele havia se esquecido completamente sobre esta inquieta interrogação que sempre lhe afligia. Passaram-se anos, décadas, até que ele teve um neto.
Um dia, João estava lendo Robin Hood para o seu neto, e curiosamente, após o término da história, o garotinho perguntou:

- Vovô, o que há depois do fim das histórias?

E então, o velho João se lembrou de que ele também, há anos, fazia esta mesma pergunta, mas ele que sempre perguntou, infelizmente não soube responder.

Fim...